terça-feira, 30 de junho de 2009

TED: Ray Anderson - Lógica de Negócios da Sustentabilidade



Posto aqui um resumo do discurso de Ray Anderson, citado por Schwartz, na conferência do TED. O vídeo foi colocado no site DotSUB, no qual legendas em diversas línguas são adicionadas de forma colaborativa.

Responsável mas Pervasivo e Poderoso
O maior culpado pela degradação da biosfera terrestre é o mundo é o negócio e a indústria. Paul Hawkings, no livro "The Ecology of Commerce", responsabiliza a indústria e o negócio como: primeiro, o maior culpado em causar o declínio da biosfera. E, segundo, como a única instituição é é grande o suficiente e pervasiva e poderosa o suficiente para realmente liderar a humanidade para fora dessa desordem. Então, Anderson desafiou as pessoas de sua empresa, Interface, que fabrica tapetes, a liderar a empresa e todo o mundo industrial para a sustentabilidade, o que foi definido como operar uma empresa baseada intensamente em petróleo de tal forma a retirar da Terra somente o que pudesse ser renovado pela Terra natural e rapidamente, nenhuma gota de óleo a mais. Não tirar nada. Não agredir. Anderson pensava: "Se Hawkins está certo e o negócio e a indústria deve liderar, quem liderará o negócio e a indústria? A não ser que alguém faça, ninguém o fará".

A Mudança
Roubo é crime. Roubar o futuro das crianças também seria crime algum dia mas, para isso, deveria haver uma alternativa claramente demonstrável ao sistema industrial pegue-faça-desperdice que domina a civilização e rouba o futuro das crianças, escavando a Terra e convertendo-a em produtos que rapidamente se tornam desperdícios em um aterro ou incinerar. Sucintamente, escavando a Terra e convertendo-a em poluição. De acordo com Paul e Anne Ehrlich, o impacto ambiental é gerado pelos pessoas, pelo que elas consomem em sua abundância, e em como ela é produzida. Uma equação foi proposta por eles, I = P x A x T, ou seja, o impacto é o produto de pessoas vezes afluência vezes tecnologia. Anderson quis fazer com que T no numerador, que aumenta o impacto, fosse colocado como denominador, reduzindo o impacto. Para isso, pesquisou as características de T1.

Estas características são as características da primeira revolução industrial:

  • Extrativa - Tirando matéria prima do mundo
  • Linear - Pegar, fazer, gastar
  • Impulsionada por combustíveis fósseis
  • Desperdiçadora - Abusiva e focada na produtividade da mão-de-obra, mais tapetes por homem-hora
Todas essas características deveriam ser mudadas para mover T para o denominador:

  • De extrativa para renovável
  • De linear para cíclica
  • De energia de combustíveis fósseis para energias renováveis
  • De cheia de desperdícios para livre de desperdícios e
  • De abusiva e focada na produtividade de mão-de-obra para benigna e focada na produtividade de recursos
Sustentabilidade como Negócio
Nos 12 anos desde então, A Interface atingiu 82% de redução absoluta líquida de gases de efeito estufa, as vendas aumentaram dois terços e o lucro dobrou, resultando em 90% de redução na intensidade de gases de efeito estufa relacionado a vendas - o necessário para evitar o colapso climático. O uso de combustíveis fósseis diminui 60% por unidade de produção devido a eficiências em fontes renováveis - o mais barato e seguro barril de óleo é o que não é usado por meio da eficiência. O uso de água caiu 75%, 74.000 toneladas de tapetes foram retiradas de aterros fechando o ciclo do fluxo de material por meio de logística reversa e tecnologias de reciclagem pós-cliente que não existiam quando a Interface começou há 14 anos. Estas novas tecnologias cíclicas contribuiram fortemente para a venda de 80 milhões de metros quadrados de tapetes ambientalmente neutros, o que significa nenhuma contribuição líquida para a crise ambiental na produção de tapetes pela cadeia de proução, desde as minas até a recuperação no fim de vida. E isto tem sido um poderoso diferencial de mercado, aumentando vendas e lucros.

A missão de reduzir para zero nosso impacto ambiental se revelou incrivelmente boa para os negócios. Um modelo de negócios melhor, uma melhor forma para lucros maiores. Aqui está um case para a sustentabilidade. A partir da experiência da vida real, custos estão baixos, não altos, refletindo alguns US$ 400 milhões de custos evitados na busca de desperdício zero. Isto pagou todos os custos para a transformação da Interface. E isto dispersa um mito, o da falsa escolha entre o meio ambiente e a economia. Nossos produtos estão melhores do que nunca, inspirados pelo desenvolvimento para sustentabilidade, um manancial inesperado para inovação. Nossas pessoas estão galvanizadas em torno deste propósito maior compartilhado. Não se pode vencer isto para atrair as melhores pessoas e integrá-las. E a boa vontade do mercado é espantosa. Nenhuma quantia de propaganda, nenhuma campanha de marketing inteligente a qualquer preço, poderia ter produzido ou criado toda essa boa vontade. Custos, produtos, pessoas, mercados. O que mais há aí? É um modelo de negócios melhor. Entre 2001 e 2003, as vendas caíram 17%. Mas o mercado havia caído 36%, nós literalmente ganhamos participação de mercado. Nós poderíamos não ter sobrevivido àquela recessão não fosse as vantagens da sustentabilidade.

Todos Podem
Se todos os negócios seguissem os planos da Interface isso resolveria todos os nossos problemas? Anderson acredita que não. A equação de Ehrlich sugere que a abundância é um fim em si. Mas se reformularmos a afluência para sugerir que ela é um meio para um fim, e que este fim é a felicidade, mais felicidade viria com menos coisas. Isto permitiria que a sociedade se reformulasse assim como todo o nosso sistema econômico, se não para nossa espécie, então para a que nos suceder. Como disse Amory Lovins, "Se algo existe, deve ser possível". Se conseguimos fazer de verdade, deve ser possível. Se a Interface, uma empresa baseada em petróleo, consegue fazê-lo, qualquer um pode. Se qualquer um pode, então todo mundo pode.

Com o declinio da biosfera, uma pessoa muito querida está em risco. Um risco inaceitável. Quem é ela? Não eu. Não você. Mas a criança de amanhã do poema "Tomorrow's Child" de Glenn Thomas, uma mensagem simples porém profunda. Nós somos, todos e cada um, uma parte da rede da vida. O continuum da humanidade, certamente. Mas em um sentido maior, a rede da vida em si. E nós temos uma escolha a fazer durante nossa breve visita a esse belo mundo vivo verde e azul. Feri-lo ou ajudá-lo. Para você, é sua chamada.

Resumindo
- O negócio e a indústria são, primeiro, o maior culpado em causar o declínio da biosfera. E, segundo, a única instituição grande o suficiente e pervasiva e poderosa o suficiente para realmente liderar a humanidade para fora dessa desordem
- A não ser que alguém faça, ninguém o fará
- É possível mudar o sistema de produção atual, que se baseia em escavar a Terra e criar poluição:
- De extrativa para renovável
- De linear para cíclica
- De energia de combustíveis fósseis para energias renováveis
- De cheia de desperdícios para livre de desperdícios e
- De abusiva e focada na produtividade de mão-de-obra para benigna e focada na produtividade de recursos
- É um modelo de negócios melhor - a Interface poderia não ter sobrevivido à recessão não fosse as vantagens da sustentabilidade
- Mas se reformularmos a afluência para sugerir que ela é um meio para um fim, e que este fim é a felicidade, mais felicidade viria com menos coisas
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Se a Interface, uma empresa baseada em petróleo, consegue fazê-lo, qualquer um pode. Se qualquer um pode, então todo mundo pode
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E nós temos uma escolha a fazer durante nossa breve visita a esse belo mundo vivo verde e azul. Feri-lo ou ajudá-lo

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