quarta-feira, 6 de maio de 2009

MBA vs Empreendedor

O Nilson mandou um link muito legal do blogs.harvardbusiness.org, com Bill Taylor falando sobre quem tem as coisas certas para tempos incertos ("MBA vs. Entrepeneurs: Who Has the Right Stuff for Tough Times?").

Taylor diz que a pesquisa da Professora Saras Sarasvathy, que leciona Empreendedorismo na Universidade de Virgínia, tem muitas respostas para o tema e trabalha em torno de uma grande questão: O que torna os empreendedores empreendedores? Existe o pensamento empreendedor e ele é diferente de forma relevante em comparação com o pensamento MBA sobre problemas e aproveitar oportunidades? A resposta de Sarasvathy é um enfático sim.

Raciocínio Causal/Efetual
Sarasvathy explica que o raciocínio causal, usado pelos MBAs, começa com um objetivo pré-determinado e um dado conjunto de meios, e busca identificar a alternativa ótima - mais rápida, mais barata, mais eficiente, etc. - para atingir o objetivo. Este é o mundo de planos de negócios exaustivos e ROIs microscópicos. O raciocínio efetual, usado pelos empreendedores, não começa com um objetivo específico. Ao invés disso, começa com um dado conjunto de meios e permite que os objetivos surjam de forma contingente ao longo do tempo a partir da imaginação variada e aspirações diversas dos fundadores e das pessoas com quem eles interagem. Este é o mundo do bootstrapping (começar um negócio sem ajuda externa ou capital - wikipedia), dos protótipos rápidos e do marketing de guerrilha.

Raciocínio causal é sobre quando você espera ganhar; efetual é sobre quanto você suporta perder. Causal gira em torno de análises competitivas e lógica soma-zero; efetual engloba redes e parcerias. Causal incita a exploração de conhecimento pré-existente; efetual acentua a inevitabilidade de surpresas e alavancagem de opções.

A diferença na mente se resume a uma diferente forma de levar o futuro. Causal é baseado na lógica "na medida em que podemos prever o futuro, podemos controlá-lo". Por isso MBAs e grandes empresas gastam tempo com modelos estatísticos e pesquisa de mercado. O efetual, no entanto, é baseado na lógica "na medida em que podemos controlar o futuro, não precisamos prevê-lo". Como controlar o futuro? Inventando-o por si mesmo - mobilizando recursos escassos, entendendo que que surpresas são para serem esperadas em vez de evitadas, reagindo rapidamente a elas.

Por fim, empreendedores começam com três conjuntos simples de recursos: "Quem são eles" - seus valores, habilidades a gostos; "O que eles sabem" - sua educação, expertise e experiência; e "Quem eles conhecem" - seus amigos, aliados e redes. Com isso, os empreendedores começam a imaginar e implementar efeitos possíveis que podem ser criados com eles. Planos são feitos e desfeitos e revisados e reformulados através da ações e interação com os outros diariamente.

Segundo Taylor, empreendedores têm o necessário para os tempos difíceis.

Resumindo:
Pensamento Causal - MBAs
  1. Começa com objetivo e tenta identificar o meio ótimo para atingi-lo
  2. Quanto espera ganhar
  3. Análises competitivas e lógica soma-zero
  4. Exploração de conhecimento pré-existente
  5. "Na medida em que podemos prever o futuro, podemos controlá-lo"
Pensamento Efetual - Empreendedores
  1. Começa com um conjunto de meios e permite que objetivos surjam com o tempo a partir de imaginação e aspirações
  2. Quanto suporta perder
  3. Redes e parcerias
  4. Inevitabilidade de surpresas e alavancagem de opções
  5. "Na medida em que podemos controlar o futuro, não precisamos prevê-lo"
  6. "Quem sou eu" - valores, habilidades e gostos
  7. "O que sei" - educação, expertise e experiência
  8. "Quem eu conheço" - amigos, aliados e redes

Link: http://blogs.harvardbusiness.org/taylor/2009/05/mbas_vs_entrepreneurs_who_has.html

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