quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Palestra do Amir Klink - 21/09 - Ciclo de Palestras CBN

Depois de um mês, posto aqui um resuminho da palestra do Amir Klink dia 21/09, no Ciclo de Palestras da Rádio CBN, em Londrina.

A palestra do Amir Klink começou com 3 de suas lições aprendidas. A importância de formar pessoas, a capacidade que as crianças têm de multiplicar conhecimento (das pessoas que ele levou para a Antártica, as crianças são as que contam e multiplicam melhor o que aprenderam), muito mais do que adultos e que o importante não é o sucesso, que é sempre cobrado e falado, mas sim aprender com os erros.

Uma lição que Amir Klink enfatizou é que nós podemos tudo, mas nós não conseguimos de forma alguma ter controle sobre o tempo, recuperar o tempo perdido.

Em suas viagens para a Antártica, Amir Klink comenta que não nos damos conta do exército de pessoas que geram o nosso conforto - pessoas que cuidam do alimento, da água encanada, da energia elétrica, de forma que na Antártica, sozinho, ele não tinha tempo para fazer o que queria. Uma passagem interessante, segundo o livro de um dos primeiros exploradores da Antártica, foi que caminhar extenuantemente no gelo por muito tempo sabendo quanto tempo levaria era muito melhor do que caminhar no gelo por pouco tempo sem saber quanto tempo ainda restava.

Segundo Amir, os portugueses foram muito audaciosos em abrir uma rota para as Índias pelo mar sem fim. Navegadores espanhois buscavam uma rota pela China pelo Ártico já que havia toras que lá chegavam pelas correntes marítimas. O que eles não sabiam era que essas toras levavam de 300 a 900 anos para chegarem lá, o que só foi descoberto posteriormente. Navegar no hemisfério Norte é uma tarefa muito mais simples do que no hemisfério Sul, já que no Norte a estrela Polar é visível todo o tempo. No Sul é necessário muito mais conhecimento. A latitude, por exemplo, deveria ser calculada pelo meridiano do Sol.

Outra passagem interessante é como nós não usamos bem nossos sentidos. Um cego em uma viagem à sabia quando havia uma geleira por perto - a pressão aumenta, a temperatura cai - assim como os jangadeiros sabem quando uma chuva está por perto, pela queda de pressão.

O Amir contou também que muitas vezes quem está fora de uma situação enxerga soluções criativas e devem sempre ser ouvidas, por mais que algumas pessoas não gostem de palpites de quem está de fora. Em uma de suas viagens mais difíceis, Amir não conseguia dar a volta na Antártica, por um erro de orgulho - não contratou serviços de meteorologia. Sua esposa, que estava de fora, teve uma brilhante ideia para Amir: ficar o maior tempo possível nos ciclones no sentido horário do lado esquerdo do eixo de rotação. Ainda, em vez de enviar ao Amir milhares de dados por um equipamento que só permitia a transmissão de poucos caracteres e, ainda, que ele não teria tempo de analisar, sua esposa contratou um serviço de análise e lhe enviava somente as instruções. Uma ideia brilhante, simples, mas que ele, no meio do problema, não havia pensado.

Amir, atualmente, trabalha em projetos de embarcações. Segundo ele, não é suficiente ser profissional, tem que por a alma. Na sua equipe ele tem pessoas que eram bêbadas mas que, ao trabalharem com o coração, pegaram gosto pelo trabalho e se tornaram alguns dos melhores soldadores do mundo.

Com o exercício de ensinar se aprende. Na Noruega, que era um país muito pobre até pouco tempo atrás, um dos programas que mais contribuíram para o desenvolvimento do país foi identificar os alunos de destaque e absorvê-los no Estado para se tornarem professores diferenciados.

Amir comenta, por fim, como as crianças são capazes de entender coisas complexas. E que quando viajam, cedo realizam intercâmbios e desenvolvem o patriotismo pela nossa terra, já que é costume a troca de presentes entre embarcações.

Uma vez, Amir contou às crianças que ele e um amigo haviam escondido um tesouro na Antártica, com fotos e objetos de valor emocional. Depois de um trabalho enorme para desenterrar o tesouro, as crianças não se entusiasmaram nem um pouco. A razão? Porque não foram elas que fizeram o tesouro. Um tesouro só é um tesouro para nós se nós é que o fazemos. Por isso, tudo aquilo que queremos na vida nós é que temos que fazer.

Um comentário:

  1. Alguns pontos são meio utopicos, mas concordo com ele tudo o que façamos tem que ser feito com alma!

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