sábado, 8 de agosto de 2009

TED: Religião

Passei um fim de semana inteiro assistindo aos vídeos do TED sobre religião. Falam sobre ateísmo, conflitos entre religião e ciência. Posto aqui um resumo dos principais vídeos que assisti. No cerne dos vídeos estão a submissão à palavra de Deus e a compaixão, sentir o que os outros sentem, para fazer o bem aos outros. E acho, com ajuda das discussões com meus amigos André, Polizer e Luís Guilherme, que cabe a nós interpretar corretamente os ensinamentos religiosos baseando-se nos princípios do amor e da compaixão. Com bom senso e boa interpretação, é impossível, acredito eu, mesmo para um cético, duvidar de que a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, faz muito sentido como base para nossas ações, mesmo quando analisada de forma simplesmente pragmática (prática).



Rick Warren em Vida de Propósito - Fevereiro 2006

"Eu acho que o vazio espiritual é uma doença universal. Eu penso que em algum momento na vida, nós deitamos a cabeça no travesseiro e pensamos, "A vida tem que ser mais do que isso." Levantar de manhã, ir para o trabalho, voltar para casa e assistir TV, ir para a cama, levantar de manhã, voltar para casa, assistir TV, ir para a cama, ir a festas nos finais de semana. Muitas pessoas diriam, "Eu estou vivendo." Não, você não está vivendo -- você está apenas existindo. Apenas existindo. Eu realmente acho que existe este desejo interior. Eu acredito que você não é um acidente. Seus pais podem não ter planejado você, mas eu creio que Deus planejou. Eu acho que existem pais acidentais, não há dúvida disso. Mas eu não creio que existam filhos acidentais.

E eu penso que você é importante. Eu penso que você é importante para Deus e para a história, você é importante para este universo. E eu penso que a diferença entre o que eu chamo de vida em nível de sobrevivência, a vida em nível de sucesso e a vida com significado é, você sabe qual é o seu propósito aqui na Terra? Eu encontro com muitas pessoas que são muito inteligentes, e dizem, "Mas porque eu não consigo solucionar meus problemas?" E eu encontro com um monte de gente muito bem sucedida, que diz, "Porque eu não me sinto mais realizado? Porque eu me sinto como uma farsa? Porque eu sinto que tenho que fingir que sou mais do que realmente sou?" Eu penso que isto tenha a ver com a questão do sentido, significado, propósito. Eu penso que tenha a ver com esta questão do porque eu estou aqui? Para que eu estou aqui? Para onde eu irei? Estas não são questões religiosas -- são questões humanas.

Todo mundo está apostando a sua vida em algo. Você está apostando a sua vida em algo -- é melhor que você saiba por que você está apostando em algo. Portanto todo mundo aposta a sua vida em alguma coisa, e, vocês sabem, quando eu apostei, eu acreditei que Jesus fosse quem ele disse que era. Mas todos tem -- e eu acredito numa sociedade pluralista -- todos estão apostando em alguma coisa. Eu acredito essencialmente, que liderança é gerenciamento. Que se você é um líder em sua área -- nos negócios, na política, nos esportes, na arte, na educação, em qualquer área -- você não é dono disto, você é um mordomo disto. Por exemplo, é por isso que eu acredito em proteger o meio ambiente. Este planeta não é meu. Não era meu quando eu nasci. Ele não vai ser meu depois que eu morrer. Eu só estarei aqui por 80 anos e então é isso.

A sua visão do mundo determina tudo mais em sua vida, porque ela determina as suas decisões, determina seus relacionamentos, determina seu nível de confiança, ela determina, realmente, tudo em sua vida. Aquilo que nós acreditamos, obviamente determina nosso comportamento, e o nosso comportamento determina aquilo que nos tornamos na vida. O teste da sua visão do mundo não é como você age em momentos bons. O teste da sua visão do mundo é como você age no funeral. E tendo estado em literalmente centenas, se não milhares de funerais, isto faz diferença. Faz diferença o que você acredita.

A boa vida não é sobre ter boa aparência, sentir-se bem ou possuir bens, é sobre ser bom e fazer o bem. Dar a sua vida. O propósito na vida não vem do status, porque você sempre vai encontrar alguém que tem mais que você. Não vem do sexo. Não vem do salário. Vem de servir. É doando nossas vidas que encontramos sentido, nós encontramos significado. Foi desta forma que fomos programados, eu acredito, por Deus. E assim nós começamos a doar, e agora após 30 anos, minha esposa e eu somos dizimistas ao reverso -- nós entregamos 90% e vivemos com 10%. Por que eu fiz isto? Porque toda vez que eu dou, isto quebra a força do materialismo em minha vida. Materialismo é só sobre receber -- receber, receber tudo o que você puder ter, ajuntar tudo o que você recebe, senta-se sobre isto e desperdiçar o resto. É sobre receber mais, ter mais, e nós pensamos que a boa vida é ter boa aparência. Isto é o mais importante de tudo -- ter boa aparência, sentir-se bem e possuir bens. Mas isto não é a boa vida. Todo o tempo eu encontro com pessoas que tem essas coisas, e eles não são necessariamente felizes. Se dinheiro realmente o fizesse feliz, então as pessoas mais ricas do mundo seriam as mais felizes. E isto eu sei por experiência que não é verdade. Simplesmente não é verdade.

Há uma história na Bíblia sobre Moisés. Se vocês creem que é verdade ou não -- realmente não importa aqui. Mas Moisés sai, e vê uma sarça ardendo no fogo, mas Deus fala com ele. E Deus disse, "Moisés, que é isso na tua mão?" Eu penso que esta seja uma das perguntas mais importantes que lhe poderia ser feita. Que é isso na tua mão? Moisés disse, "Uma vara. É uma vara de pastor." E Deus disse, "Lança-a na terra." Ele lança-a e ela se torna em cobra. Então Deus disse, "Pega-lhe pela cauda." E ele a pega de novo, e tornou-se em vara novamente. Agora, eu me pergunto qual o significado disso? OK. Bem, eu sei algumas coisas. Em primeiro lugar, Deus nunca faz um milagre para aparecer, para se exibir. Segundo, se Deus lhe faz uma pergunta, Ele já sabe a resposta. Obviamente, se Ele é Deus, então isto significaria que quando Ele faz a pergunta, é para o seu benefício, não Dele. Então Ele pergunta, "Que é isso na tua mão?" Agora, o que estava na mão de Moisés? Bem, era uma vara de pastor. Agora, me acompanhe nesse raciocínio.

Esta vara representava três coisas a respeito de Moisés. Primeiro, ela representava a identidade dele. Ele era um pastor de ovelhas. É o símbolo da ocupação dele. Eu sou um pastor de ovelhas, é o símbolo da identidade dele, sua carreira, seu emprego. Segundo, é o símbolo não apenas de sua identidade, é o símbolo da renda dele, porque todos os seus bens estão vinculados às ovelhas. Naquele tempo ninguém tinha conta bancária, ou cartões American Express, ou fundos de proteção. Seus bens estão vinculados aos seus rebanhos. E a terceira coisa: é um símbolo da influência dele. O que você faz com uma vara de pastor? Bem, movem-se ovelhas do ponto A para o ponto B com ela, por bem ou por mal. Você as puxa ou você as cutuca, uma coisa ou a outra. Então, Ele está dizendo, "Você irá renunciar a sua identidade. Que é isso na tua mão? Você tem identidade, você tem renda, você tem influência. Que é isso na tua mão?" E Ele está a dizer, "Se você a renunciar, Eu darei vida a ela. Eu farei coisas que você nunca imaginou que fosse possível." E se vocês viram o filme, "Os Dez Mandamentos," todos aqueles grandes milagres que acontecem no Egito são feitos através dessa vara.

Ano passado me convidaram para falar no jogo All-Stars da NBA. E portanto, eu estou falando com os jogadores, porque a maioria dos times da NBA, NFL e todos os outros times fizeram esses 40 Dias de Propósito, com base no livro. E eu perguntei a eles, eu disse, "Que é isso na tua mão? Então, que é isso na mão de vocês?" Eu disse, "É uma bola de basquete, e esta bola de basquete representa a sua identidade, quem você é. Você é um jogador da NBA, ela representa a sua renda. Vocês estão tirando muito dinheiro dessa pequena bola. E ela representa a sua influência. E apesar de que vocês apenas estarão na NBA por alguns anos, vocês serão jogadores da NBA pelo resto das suas vidas. E isto dá a vocês uma enorme influência. Então, o que vocês farão com o que lhes foi dado?"

E eu acho que esta é a razão principal porque eu vim aqui hoje, até todas essas pessoas brilhantes em TED, foi para dizer, "Que é isso na tua mão?" O que você tem que lhe foi dado? Talento, formação, educação, liberdade, conexões, oportunidades, riqueza, ideias, criatividade. O que vocês estão fazendo com o que lhes foi dado? Isto, para mim, é a principal questão da vida. Isto, para mim, é o que significa ter propósito. No livro eu falo sobre como você está programado para certas coisas, para as quais você foi criado. Esta pequena cruz recebe dons espirituais, coração, habilidade, personalidade e experiências. Estas coisas o moldam. E se você quiser saber o que você deveria estar fazendo com a sua vida, você tem que olhar o seu molde. Eu fui programado para fazer o que? Por que Deus me programaria para fazer algo para depois eu não fazer isso? Se você está programado para ser um antropólogo, você será um antropólogo. Se você está programado para ser um explorador do fundo do mar, você será um explorador do fundo do mar, se você está programado para fazer negócios, você faz negócios. Se você está programado para pintar, você pinta.

Você sabia que Deus sorri quando você é você mesmo? Quando meus filhos eram pequenos eu costumava sentar-me ao lado da cama deles, e observá-los dormindo. E eu via seus pequenos corpos subir e descer com a respiração, subir e descer. E eu olhava para eles pensando, isto não é um acidente. Subir e descer. E eu me alegrava em apenas vê-los dormindo. Algumas pessoas têm a ideia errada de que Deus só se alegra quando você está fazendo "coisas espirituais," como ir a igreja e ajudar os necessitados, ou confessando ou fazendo alguma coisa desse tipo. O ponto principal é, Deus tem prazer em vê-lo sendo você mesmo. Por quê? Ele fez você. E quando você faz o que você foi feito para fazer, Ele vai, "Esse é meu garoto. Essa é minha garota. Você está usando o talento e a habilidade que eu lhe dei." Então meu conselho para você é, olhe o que você tem na tua mão -- sua identidade, sua influência, sua renda -- e diga, "Não é sobre mim. É sobre fazer do mundo um lugar melhor."



Comentários de Dan Dennett sobre o livro de Rick Warren - Fevereiro 2006

"Vacas não poderiam viver sem os criados (stewards) humanos - elas são domesticadas. São um tipo de ectosimbiontes, dependem de nós para sua sobrevivência. E o Pastor Rick estava justamente falando sobre ovelhas. Há muita convergência qui. Como as ovelhas foram inteligentes em adquirir criados! Pense no que isto deu a elas. Elas poderiam terceirizar todos os seus problemas - proteção de predadores, busca por comida, manutenção da saúde. O único custo na maioria dos bandos (flock) é a perda do acasalamento livre. Que negócio. "Como as ovelhas foram inteligentes!" você pode dizer. Exceto, é claro, que não foi a inteligência das ovelhas, absolutamente. Elas não tinham noção (clueless). Mas foi uma jogada (move) muito inteligente. De quem foi a jogada? Foi uma jogada inteligente da seleção natural por si.

A Segunda Regra de Orgel, um brilhante biólogo molecular, é: a Evolução é mais inteligente do que você. Os designs descobertos pelo processo de seleção natural são brilhantes, inacreditavelmente brilhantes. Mas o processo em si é sem propósito, sem prospectiva (foresight), sem design. Quando estive aqui há quatro anos atrás contei a história sobre uma formiga escalando uma folha de grama. Por que ela fazia isso? Porque seu cérebro havia sido infectado por um parasita que precisava chegar ao abdome de uma ovelha ou vaca para se reproduzir. Parasitas não são espertos. Eles não têm que ser. A lição que aprendemos disso é que você não tem que ter uma mente para ser um beneficiário. O design está lá na natureza, mas não está na cabeça de ninguém. Não precisa estar. É assim que a evolução funciona. A questão: a domesticação foi boa para as ovelhas? Foi ótimo para sua forma genética.

Paul MacCready disse que 10 mil anos atrás no despontar (dawn) da agricultura, a população humana mais animais de estimação e gado era aproximadamente um décimo de 1% da massa terrestre de vertebrados. Hoje? 98%. Quero verificar como ele calculou isso e ele me deu um paper, com uma passagem que acho boa: "Ao longo de bilhões de anos em uma esfera única, a chance pintou uma pequena cobertura de vida: complexa, improvável, maravilhosa e frágil. De repente, nós humanos, uma espécie recém-chegada não mais sujeita às restrições (checks) e balanços (balance) inerentes na natureza, crescemos em população, tecnologia e inteligência para uma posição de terrível poder. Nós agora brandimos (wield) o pincel." A chave para nossa dominação do planeta é cultura, e a chave para a cultura é a religião.

Há todos os tipos de casos fantásticos de espécies. Em outro caso, um parasita entra em um rato e precisa entrar no abdome de um gato. E ele transforma o rato tirando seu medo, para que ele corra para o aberto, onde será comido por um gato. Em outras palavras, temos estes sequestradores, um parasita que infecta o cérebro e induz mesmo um comportamento suicida em prol (behalf) de uma cause diferente da própria forma genética. Isso acontece conosco? Sim, acontece, muito maravilhosamente. A palavra árabe "Islam" significa submissão. Significa se render do interesse próprio para o desejo de Alá. De fato, cristãos também glorificam o fato de que eles se renderam a Deus. "O coração da adoração (worship) é a rendição. Pessoas que se renderam obedecem as palavras de Deus, mesmo que ela não faça sentido." Palavras de Rick Warren, de "Uma Vida de Propósitos" ("The Purpose Driven Life").

O livro de Warren é brilhante. Seu objetivo, de levar propósito às vidas de milhões, é um bom objetivo e ele obteve sucesso nisso. Ele está absolutamente certo neste objetivo. Como ele faz isso? É um redesign brilhante de temas religiosos, atualizando-os, calmamente (quietly) deixando (dropping) características obsoletas, colocando novas interpretações em outras características. Esta é a evolução da religião que tem acontecido por milhares de anos, e ele é o último praticante brilhante disso. Excelentes insights em psicologia humana, conselho sábio em toda palavra. O livro é claro, vívido, acessível, belamente formatado. Apenas repetição suficiente. Toda vez que você o lê ou diz, você faz outra cópia em seu cérebro.

O que eu acho profundamente inquietante (troubling) neste livro é que ele parece estar argumentando que se você quer ser moral, se você quer ter sentido em sua vida, você tem que ser um Intelligent Designer (adepto do Projeto Inteligente, uma forma diferente de criacionista), você tem de negar a teoria da evolução por seleção natural. E eu acho, ao contrário, que é muito importante para solucionar os problemas do mundo que nós levemos a sério a biologia evolucionária. À verdade de quem vamos ouvir? Bem, isto é do livro "Uma Vida de Propósitos": "A Bíblia deve se tornar o padrão autoritário para minha vida, o compasso no qual me baseio para direção, o conselho a que ouço para tomar decisões sábias e o benchmark que uso para avaliar tudo."Bem talvez, OK, mas o que seguirá disso? E outra coisa que me preocupa. Lembre-se da citação - "Pessoas que se renderam obedecem à palavra de Deus, mesmo que ela não faça sentido". E aí está o problema. "Nunca discuta com o Diabo. Ele é melhor em argumentar do que você, tendo tido milhares de anos para praticar". Agora Rick Warren não inventou esta jogada inteligente. É uma jogada antiga. É uma adaptação inteligente de religiões. É um curinga (wildcard) para desarmar qualquer criticismo sensato. "Você não gosta da minha interpretação? Você tem uma objeção sensata a ela? Não escute, não escute! É o Diabo falando!" Isto desencoraja o tipo de cidadania sensata que para mim nós queremos ter.


Eu tenho mais um problema. "Na Grande Comissão, Jesus disse ' Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado'" (Mateus 28:18-20). "A Bíblia diz que Jesus é o único que pode salvar o mundo". O gráfico mostra a divisão das religiões no mundo. Agora queremos realmente nos comprometer a envolver (engulfing) todas as outras religiões quando seus livros sagrados estão lhes dizendo "Nâo ouça o outro lado, é apenas Satanás falando!" Parece que esse é um barco muito problemático para subir para o futuro."





A. J. Jacobs em Vivendo um Ano Biblicamente - Dezembro 2007

"Eu acredito que a mais profunda e a experiência que mais mexeu com a minha vida é a minha experiência mais recente, onde eu passei um ano tentando seguir todas as regras da Bíblia - "Vivendo um ano Biblicamente" E eu fiz essa experiência por duas razões. A primeira é que eu eu cresci sem nenhuma religião. Mas eu me tornei cada vez mais interessado em religião. Eu acredito que é a grande questão de nosso tempo, ou uma das maiores. E eu tenho um filho. Eu quero saber o que ensinar a ele. Então, eu decidi mergulhar de cabeça, e tentar viver a Bíblia. A segunda razão para eu fazer isso é porque estou preocupado com o crescimento do fundamentalismo, fundamentalismo religioso, e pessoas que dizem que encaram a Bíblia literalmente, o que é, de acordo com algumas pesquisas cerca de 45 ou 50 por cento da América. Então eu decidi, e se eu realmente encarasse a Bíblia literalmente? Eu decidi levar isso à sua conclusão lógica e assumir tudo na Bíblia literalmente, sem selecionar ou escolher. Então eu sentei e li várias versões da Bíblia, e anotei todas as leis que eu pude encontrar. E era uma lista bem longa - mais de 700 regras. E elas variam das famosas que eu já conhecia -- Os 10 Mandamentos, ame o seu próximo, seja frutífero e se multiplique. Mas eu também queria seguir as centenas de leis arcanas e obscuras que estão na Bíblia. Existe a lei em Levítico -- "Você não pode cortar as cruvas de sua barba". Eu não sabia onde as curvas da minha barba eram, então eu decidi deixar a coisa inteira crescer, e foi assim que eu fiquei no final.

Eu devo dizer que esse foi um ano incrível porque realmente mudou minha vida, e foi incrivelmente desafiador. E existiam dois tipos de leis que eram particularmente desafiadores. A primeira era evitar os pequenos pecados que todos nós cometemos todos os dias. Você sabe, eu poderia passar um ano sem matar, mas passar um ano sem fofocar, sem cobiçar, sem mentir. Eu moro em Nova York, e trabalho como jornalista, então isso era 75, 80 por cento do meu dia que eu tinha que fazer. Mas foi bastante interessante, porque eu consegui progredir porque eu não podia acreditar em quanto o meu comportamente alterava meus pensamentos. Essa foi uma das grandes lições do ano, quando eu quase fingi ser uma pessoa melhor, eu me tornei um pouco uma pessoa melhor. Então eu sempre havia pensado, "você muda sua cabeça, e o seu comportamente muda", mas geralmente é o contrário. Você muda o seu comportamento, e a sua cabeça muda. Então, se você quer ter mais compaixão, você visita pessoas doentes no hospital, e você terá mais compaixão. Você doa dinheiro para uma causa, e você se torna envolvido emocionalmente com a causa. Então, na verdade era psicologia cognitiva - dissonância cognitiva - que eu estava experienciando. A Bíblia na verdade fala sobre psicologia cognitiva, psicologia cognitiva bem primitiva. Nos Provérbios, diz que se você sorrir, você se torna mais feliz, o que, como nós sabemos, é verdade.

As maiores lições que eu aprendi com o meu ano. A primeira é - Não interpretarás a Bíblia literalmente. Isso se tornou claro, bastante claro, desde o início. Outra lição é que deverás agradecer. E essa foi uma grande lição porque eu estava rezando, rezando no dia de ação de graças, o que era estranho para um agnóstico. Mas eu estava dizendo obrigado o tempo todo, todos os dias, e eu comecei a mudar minha perspectiva, e eu comecei a perceber as centenas de pequenas coisas que acontecem todos os dias, e eu não notava, que eu subestimei - ao contrário de focar nos três ou quatro que deram errado. Então, isso é para mim na verdade uma chave para a felicidade, apenas para lembrar que quando eu vinha para cá, o carro não capotou, e eu não tropecei nas escadas. É algo impressionante. Terceiro, deverás reverenciar. Essa foi inesperada porque eu iniciei o ano como um agnóstico, e ao final do ano eu me tornei o que um amigo chama de agnóstico reverenciador, que eu adoro. E eu estou tentando iniciar isso como um movimento. Então se alguém quiser participar, a idéia básica é que, quer exista um Deus ou não, existe algo importante e bonito sobre a idéia do sagrado, e que os nossos rituais podem ser sagrados. O Sabá pode ser sagrado. Isso foi uma das grandes coisas em meu ano, fazer o Sabá, porque eu sou viciado em trabalho, então ter esse dia onde você não pode trabalhar - realmente, isso mudou minha vida. então, essa idéia do sagrado, independente da existência de um Deus. Não deverás estereotipar. Essa aconteceu porque eu passo muito tempo com várias comunidades religiosas ao redor da América porque eu quero algo além do que a minha jornada pessoal. Eu queria que isso fosse sobre a religião na América. Então eu passei um tempo com cristãos evangélicos, judeus hassídicos e os amish. Mas foi interessante porque eu eu tinha noções pré-concebidas sobre, por exemplo, cristianismo evangélico, e eu descobri que é um movimento tão amplo e variado que é difícil fazer generalizações sobre ele. Também, não deverás ignorar o irracional. Esse foi bastante inesperado porque, você sabe, eu cresci com uma visão científica de mundo, e eu fiquei chocado ao descobrir o quanto da minha vida é governado por forças irracionais. E a questão é, se elas não são perigosas, elas não são completamente descartadas. Porque eu aprendi que -- eu pensei, eu estava fazendo todos esses rituais, esses rituais bíblicos, separando minha lã e linho, e eu perguntei a essas pessoas religiosas "Por que a Bíblia está nos dizendo para fazer isso? Por que Deus se importaria?" E eles disseram, "Nós não sabemos, mas são rituais que significado algo para nós". E eu dizia, "mas isso é loucura". E eles diziam, "Bem, mas e você? você assopra velas sobre um bolo de aniversário. Se um cara vindo de Marte chegasse e visse isso, eis um cara assoprando o fogo em cima de um bolo contra outro cara que não veste roupas de tecidos mistos, será que o Marciano diria, "Bem, esse cara, tudo bem com ele, mas esse outro cara é maluco?" Então não, eu acredito que os rituais são, por natureza, irracionais. Então a chave é escolher os rituais certos, aqueles que não são prejudiciais - mas os rituais em si não devem ser desconsiderados.

E finalmente eu aprendi que deverás selecionar e escolher. E essa eu aprendi porque eu tentei seguir tudo da Bíblia. E falhei miseravelmente. Porque você não consegue. Você precisa selecionar e escolher, e qualquer pessoa que segue a Bíblia irá selecionar e escolher. A chave é selecionar e escolher as partes certas. Existe a frase chamada religião de lanchonete, os fundamentalistas irão utilizá-la de maneira denigrante, e eles dirão, "Ah, isso é apenas religião de lanchonete. Você está apenas selecionando e escolhendo". Mas o meu argumento é, "O que há de errado com os lanchonete?" Eu já comi excelentes lanches em lanchonete. Eu também já comi lanches terríveis. Então, se trata de escolher as partes da Bíblia sobre compaixão, sobre tolerância, sobre amar o próximo, em oposição às partes sobre o homossexualismo como um pecado ou intolerância, ou violência, que também estão presente na Bíblia da mesma forma. Então, se devemos encontrar qualquer significado neste livro, então nós precisamos realmente engajar, e lutar para isso."





Billy Graham em Tecnologia, Fé e Sofrimento - Fevereiro 1998

"Cerca de dois séculos antes de Davi, os Hititas haviam descoberto o segredo da fundição e processamento do ferro, e lentamente, essa técnica se espalhou. Mas eles não permitiam que os Israelitas aprendessem ou tivessem qualquer acesso. O Rei Davi mudou tudo isso e introduziu a Idade do Ferro a Israel. A Bíblia diz que Davi construiu grandes depósitos de ferro, sobre o quais arqueólogos descobriram, na Palestina dos dias atuais existir evidências daquela geração. Agora, ao invés de ferramentas rudimentares feitas de madeira e pedra, Israel agora tinha arados de ferro e foices e enxadas, e armas militares. E no curso de uma geração, Israel foi completamente transformada. A introdução do ferro, de certa forma, teve um impacto um pouco parecido com o que o microchip teve na nossa geração. E Davi descobriu que havia muitos problemas que a tecnologia não podia resolver.

Ainda havia muitos problemas sem solução. E eles ainda estão conosco, e vocês não os solucionaram, e eu não ouvi ninguém aqui falar sobre isso. Como solucionamos esses três problemas que eu gostaria de mencionar? O primeiro que Davi viu era o mal do ser humano. De onde ele vem? Como resolvemos isso? Inúmeras vezes no livro dos Salmos, que Gladstone disse ser o maior livro do mundo, Davi descreve o mal da raça humana. E ainda assim ele diz, "Ele restaura minha alma." Você já pensou que contradição os seres humanos são? Por um lado podemos penetrar fundo nos segredos do universo e dramaticamente alargar as fronteiras da tecnologia, como essa conferência demonstra claramente. Nós já vimos o fundo do oceano, três milhas abaixo, ou galáxias a milhares de bilhões de anos luz no futuro. Mas por outro lado, algo está errado. Nossos navios de guerra, nossos soldados, estão numa fronteira agora quase prestes a entrar em guerra com o Iraque. Agora, o que causa isso? Porque temos essas guerras a cada geração, e em toda parte do mundo? E revoluções? Não conseguimos nos dar bem com as outras pessoas, mesmo em nossas próprias famílias. Nos achamos paralisados nas garras de hábitos auto-destruidores que não podemos quebrar. Racismo, injustiça e violência assolam o mundo, trazendo uma colheita trágica de dor e morte. Mesmo os mais sofisticados entre nós parecem impotentes para quebrar esse círculo. Como mudamos o homem de forma que ele não minta ou trapaceie e que nossos jornais não estejam cheios de histórias de fraude em empresas ou no trabalho ou atletismo ou em qualquer outra área?A Bíblia diz que o problema está em nós, dentro de nossos corações e almas. Nosso problema é que estamos separados do nosso Criador, que chamamos de Deus e precisamos ter nossas almas restauradas, algo que apenas Deus pode fazer. Jesus disse, "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias." O filósofo Britânico Bertrand Russell não era um homem religioso, mas ele disse, "É em nossos corações que o mal está, e é de nossos corações que ele deve ser arrancado." Eu estava conversando com alguém quando palestrava em Princeton, e encontrei com o Sr. Albert Einstein. Ele não tinha um diploma de doutor, porque ele disse que ninguém estava qualificado para lhe dar um. Mas ele disse essa frase. Ele disse, "É mais fácil desnaturar plutônio do que desnaturar o mal do espírito do homem." E muitos de vocês, eu estou certo, pensaram sobre isso e se intrigaram com isso. Vocês viram pessoas pegarem avanços tecnológicos benéficos, como a Internet que ouvimos a respeito hoje a noite, e distorcê-los em algo corruptor. Vocês viram pessoas brilhantes inventarem vírus de computador que fazem cair sistemas inteiros. O problema não é a tecnologia. O problema é a pessoa ou pessoas usando-a. O Rei Davi disse que ele conhecia as profundezas da sua própria alma. Ele não podia se libertar de problemas pessoais e pecados pessoais que incluíam assassinato e adultério. No entanto o Rei Davi buscou o perdão de Deus, e disse, "Tu restauras minha alma."

Vejam vocês, a Bíblia ensina que nós somos mais do que um corpo e uma mente. Nós somos uma alma. E existe algo dentro de nós que vai além do nosso entendimento. Esta é a parte de nós que anseia por Deus ou por algo mais do que encontramos na tecnologia. A sua alma é aquela parte sua que anseia por significado na vida, e que busca por algo além desta vida. Eu percebo que jovens ao redor do mundo estão buscando por algo. Eles não sabem o que é. Eu estou indo para Harvard em cerca de dois meses para dar uma palestra. E me farão as mesmas perguntas que me fizeram nas últimas vezes que eu estive lá. E elas serão sobre essas poucas questões: De onde eu vim? Porque eu estou aqui? Para onde eu irei? Qual o sentido da vida? Porque eu estou aqui? Mesmo se você não tem religião, existem ocasiões quando você pensa que existe algo mais. Thomas Edison também disse, "Quando você vê tudo o que acontece no mundo da ciência, e no funcionamento do universo, você não pode negar que há um comandante na ponte." A Sra. Gorbachev me disse, "O senhor sabe, eu sou uma ateísta, mas eu sei que existe algo lá em cima maior do que nós."

O segundo problema que o Rei Davi percebeu que ele não poderia resolver era o problema do sofrimento humano. O escritor do livro mais antigo do mundo foi Jó, e ele disse, "Mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas se levantam para voar." Sim, certamente a ciência fez muito para retardar certos tipos de sofrimento humano. Eu admito que sou grato por todos os avanços médicos que me mantiveram com saúde relativamente boa todos esses anos. Mas mesmo aqui entre nós, nas sociedades mais avançadas do mundo, nós temos pobreza. Nós temos famílias que se destroem, amigos que nos traem. Pressões psicológicas insuportáveis pesam sobre nós. Eu nunca encontrei uma pessoa no mundo que não tivesse um problema ou uma preocupação. Porque sofremos? É uma pergunta antiga que nós não respondemos. No entanto Davi mais uma vez disse que ele iria se voltar para Deus. Ele disse, "O Senhor é o meu pastor."

O último problema que Davi sabia que ele não podia resolver era a morte. Muitos comentaristas dizem que a morte é o assunto proibido da nossa geração. A maioria das pessoas vivem como se elas nunca fossem morrer. A tecnologia projeta o mito do controle sobre nossa mortalidade. Nós vemos pessoas em nossas telas de cinema. Marilyn Monroe é tão bonita nas telas como ela era pessoalmente, e muitos jovens pensam que ela ainda está viva. Eles não sabem que ela está morta. Ou Clark Gable ou quem quer que seja. As velhas estrelas. Elas voltam a viver. E elas são tão maravilhosas naquela tela como eram pessoalmente. Mas a morte é inevitável. Todos nós iremos morrer. E nós temos isso em comum com os grandes homens do passado. E é frequentemente difícil para os jovens entenderem isso. Assim como o escritor do livro de Eclesiastes escreveu, ele disse, há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Eu estive junto ao leito de morte de muitas pessoas famosas as quais vocês reconheceriam. Eu falei com elas. Eu as visitei em seus momentos de agonia quando elas estavam morrendo de medo. No entanto, alguns anos antes, a morte nunca havia passado pelas suas cabeças. Eu falei com uma mulher semana passada cujo pai era um médico famoso. Ela disse que ele nunca pensava em Deus, nunca falava sobre Deus, e não acreditava em Deus. Ele era ateu. Mas ele disse, quando ele estava para morrer, ele sentou-se no lado da cama um dia, e perguntou a enfermeira se ele poderia ver o capelão. E pela primeira vez na vida dele ele disse que ele iria pensar sobre o inevitável, e sobre Deus. Existiria um Deus? Há alguns anos atrás um estudante universitário me perguntou, "Qual é a maior surpresa da sua vida?" E eu disse, a maior surpresa da minha vida é a brevidade da vida. Ela passa tão rápido. Mas não precisa ter que ser dessa maneira.

Werner von Braun, após o término da Segunda Guerra Mundial concluiu: "Ciência e religião não são antagônicas. Pelo contrário, elas são irmãs." Ele colocou isso a nível pessoal. Eu conhecia bem o Dr. von Braun. E ele disse, "Falando por mim mesmo, eu posso apenas dizer que a grandiosidade do cosmos serve apenas para confirmar uma crença na certeza de um criador." Ele também disse, "Em nossa busca para conhecer a Deus, eu vim a crer que a vida de Jesus Cristo deve ser o foco de nossos esforços e inspiração. A realidade dessa vida e da ressurreição Dele é a esperança da humanidade." Um dia me convidaram para visitar o Chanceler Adenauer que era visto como um fundador da Alemanha moderna desde a guerra. E ele uma vez -- e ele disse para min, ele disse, "Jovem," ele disse, "Você acredita na ressurreição de Jesus Cristo?" E eu disse. "Senhor, eu acredito." Ele disse, "Eu também." Ele disse, "Quando eu der baixa, eu vou gastar meu tempo escrevendo um livro sobre porque Jesus Cristo ressuscitou, e porque é tão importante acreditar nisso." Em uma de suas peças, Alexander Solzhenitsyn descreve um homem morrendo, que diz para aqueles reunidos ao redor da sua cama, "O momento que é terrível para sentir arrependimento é quando alguém está morrendo." Como alguém deve viver para que não sinta arrependimento na hora da morte?

Blaise Pascal fez exatamente essa pergunta na França do século 17. Pascal foi chamado de o arquiteto da civilização moderna. Ele era um cientista brilhante nas fronteiras da matemática, mesmo quando adolescente. Ele é visto por muitos como o fundador da teoria da probabilidade, e o criador do primeiro modelo de um computador. E é claro que todos vocês estão familiarizados com a linguagem de computador que leva o nome dele. Pascal explorou em profundidade nossos dilemas humanos do mal, sofrimento e morte. Ele estava espantado com o fenômeno que temos considerado: que as pessoas podem alcançar graus extraordinários na ciência, artes e empreendimentos humanos, e ao mesmo tempo estão cheias de raiva, hipocrisia, e têm ódio de si mesmas. Pascal nos via como uma mistura impressionante de gênio e engano próprio. Em 23 de novembro, 1654, Pascal teve uma experiência religiosa profunda. Ele escreveu essas palavras no seu diário: "Eu me submeto, completamente, a Jesus Cristo meu Redentor," Um historiador francês disse, dois séculos mais tarde, "Raramente um intelecto tão grande se submeteu com tanta humildade a autoridade de Jesus Cristo." Pascal veio a crer não somente que o amor e graça de Deus podia nos trazer de volta a harmonia, mas ele creu que seus próprios pecados e falhas poderiam ser perdoados, e que quando ele morresse ele iria para um lugar chamado céu. Ele experimentou isso de uma maneira que foi além da observação científica e da razão. Foi ele quem escreveu o tão conhecido ditado, "O coração tem razões que a própria razão desconhece."

Igualmente bem conhecida é a Aposta de Pascal. Essencialmente ele disse isto: "Se você aposta em Deus, e se abre para o Seu amor, não terá perdido nada mesmo se estiver errado. Mas se você apostar que Deus não existe, então você pode perder tudo, nesta vida e na vida porvir." Para Pascal, conhecimento científico se empalidecia diante do conhecimento de Deus. O conhecimento de Deus ia muito além que qualquer coisa que já passara pela mente dele. Ele estava pronto para encontrar Deus quando ele morreu com a idade de 39 anos. O Rei Davi viveu até 70 anos -- um longo tempo na sua era. Mas ele também teve que encarar a morte e ele escreveu essas palavras: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo."

Esta foi a resposta de Davi para os três dilemas do mal, sofrimento e morte. Esta pode ser a sua também, quando você busca o Deus vivo e permite que Ele preencha a sua vida e lhe dá esperança para o futuro. Quando eu tinha 17 anos de idade, eu fui nascido e educado numa fazenda na Carolina do Norte. Eu ordenhava vacas toda manhã e tinha que ordenhar as mesmas vacas toda noite quando chegava em casa da escola e havia 20 delas que eu tinha -- pelas quais eu era responsável, e eu trabalhava na fazenda e tentava não ficar atrás nos meus estudos. Eu não tirava boas notas no colégio. Eu não as tirava na universidade, até que algo aconteceu no meu coração. Um dia eu me encontrei cara a cara com Cristo. Ele disse, "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Você pode imaginar isso? "Eu sou a verdade. Eu sou a personificação de toda a verdade." Ele era um mentiroso. Ou Ele era louco. Ou Ele era o que Ele alegava ser. O que Ele era? Eu tinha que fazer aquela decisão. Eu não podia provar isso. Eu não podia levar isso para um laboratório e fazer experiências com isso. Mas pela fé eu disse, eu acredito Nele, e Ele entrou em meu coração e mudou a minha vida. E agora eu estou pronto, quando eu ouvir aquele chamado, para entrar na presença de Deus. Obrigado e Deus abençoe a todos vocês."




Bob Thurman diz que Nós Podemos Ser Budas - Dezembro 2005

"Podemos fazer todos pensar sobre interconexão e a interconectividade e como tudo na vida foi totalmente interconectado. Leilei nos contou sobre interconexão, e sobre como nós estamos todos interconectados aqui, e como nós todos já nos conhecemos. E, é claro, no universo Budista, nós já o fizemos bilhões de vezes, em muitas e muitas vidas no passado. Toda a interconectividade de todos os computadores e todas as coisas é a forja de uma consciência em messa, onde todas as pessoas podem realmente saber tudo o que está acontecendo em qualquer lugar do planeta. E, portanto, será intolerável para nós, totalmente intolerável, que sentemos aqui confortáveis, em prazer e aproveitando a vida da mente ou qualquer que seja ela, enquanto há pessoas que são absolutamente atacadas (riddled, crivada) com doenças e não podem ter uma mordida de comida e não têm lugar, ou estão sendo brutalizadas por alguma pessoa terrível e assim por diante. Isto se torna simplesmente intolerável. Com todos nós sabendo tudo, somos meio que forçados pela tecnologia a nos tornar Budas ou algo parecido, para nos tornar iluminados.

E é claro, todos ficaremos profundamente desapontados quando o fizermos. Porque achamos que porque nós estamos meio cansados do que fazemos, um pouco cansados, nós sofremos. Nó apreciamos nossa miséria de uma certa forma. Nos distraímos de nossa miséria correndo por aí, mas basicamente todos temos essa miséria em comum de que estamos presos dentro de nossas peles e todos os outros (everyone else) estão lá fora (out there). E ocasionalmente nos juntamos com outra pessoa presa em sua pele e ambos nos apreciamos, e cada um de nós tentou sair de si próprio, e em última instância falhamos, é claro, e nós estamos de volta nesta coisa. Porque nossa percepção egocêntrica - do ponto de vista de um Buda, uma má interpretação - é que todos somos o que está dentro de nossa pele. E é dentro e fora, si e o outro, e o outro é sempre diferente. E todos aqui estão infelizmente carregado essa percepção habitual, um pouco, certo? Há alguém sentado próximo a você em uma cadeira - tudo bem, porque você está em um anfiteatro. Mas se você estivesse sentado em um banco de praça e alguém viesse e se sentasse próximo de você, você ficaria perdido (freak out). O que ele quer de mim? Quem é ele? E assim você não se sentaria tão próximo de qualquer pessoa por causa da sua noção de que é você versus o universo. Isso é tuda que Buda descobriu. Há essa ideia cósmica básica de que somos todos nós sozinhos, cada um de nós e todos os outros são diferentes. Então isso nos coloca uma situação impossível, não? Quem é que vai conseguir atenção suficiente do mundo? Que vai conseguir ter o suficiente do mundo? Quem não vai ser superado (overrun) por um número infinito de outros seres - se você é diferente de todos os outros seres?

Então onde a compaixão vem é onde você surpreendentemente descobre que você se perde de alguma forma: por meio de arte, meditação, compreensão, conhecimento, sabendo que você não tem tal fronteira (boundary), conhecendo sua interconectividade com outros seres. Você pode se experimentar como outros seres quando você vê através do delírio (delusion) de estar separado deles. Quando você faz isso, você é forçado a sentir o que eles sentem. Por sorte, eles dizem que quando você chega a esse ponto porque algumas pessoas disseram na literatura Budista, eles dizem "quem gostaria realmente de ser compassivo? Que horrível! Estou tão miserável por mim mesmo. Minha cabeça doi, meus ossos doem, vou do nascimento à morte. Nunca estou satisfeito, nunca tenho o suficiente, mesmo que eu seja um bilionário eu nunca tenho o suficiente, preciso de cem bilhões, então eu sou assim. Imagine se eu tivesse que sentir mesmo o sofrimento de uma centena de outras pessoas. Seria terrível".

Mas aparentemente, há um estranho paradoxo de vida. Quando você não mais se tranca em si, e como a sabedoria, ou a inteligência ou o conhecimento científico da natureza do mundo, isto o habilita a deixar sua mente se espalhar, e empatizar, e aumentar a habilidade humana básica de empatizar, e se dar conta de que você é o outro ser. De alguma forma por esta abertura você consegue ver a natureza mais profunda da vida e você pode, você sai desse terrível círculo de ferro do "Eu, mim, mim, meu", ("I, me, me, mine") como os Beatles costumavam cantar. Quando nos livramos disso, de alguma forma então ficamos interessados em todos os outros seres. E nos sentimos de forma diferente. É totalmente estranho. O Dalai Lama sempre gosta de dizer que quando você dá à luz (give birth) na sua mente à ideia da compaixão, é porque você se deu conta de que você e suas dores e prazeres são finalmente um teatro pequeno demais para sua inteligência. É realmente também entediante se você sente desse ou de outro jeito. E quanto mais você se foca em como você se sente, por acaso, pior isso fica. Mesmo quando você está tendo um tempo bom, quando esse tempo acaba? Acaba quando você pensa, quão bom isso é? E então nunca mais é bom o suficiente.

Acho que a chave para salvar o mundo, a chave para a compaixão, é que ela é mais divertida. Deveria ser feito por diversão. Generosidade é mais divertida. Essa é a chave. Todos têm a ideia errada. Pensam que Buda era tão entediante, e ficam tão surpresas quando encontram o Dalai Lama e ele é bastante alegre (fairly jolly, alegre, informal, amigável). Mesmo que seu povo esteja passando por genocídio - e acredite, ele sente cada sopro na cabeça de cada velha freira em cada prisão chinesa. Ele sente. E mesmo assim ele é muito alegre, extremamente alegre. Assim, compaixão significa sentir os sentimentos dos outros, e o ser humano é realmente compaixão. O ser humano é compaixão porque para que é o nosso cérebro?

Quando você está na situação auto-centrada de quão feliz eu estou, na qual você está sempre insatisfeito, você nunca consegue satisfação desse jeito. Então quando você decide "bem, cansei de mim mesmo, vou pensar em como fazer outras pessoas felizes" e acorda de manhã e pensa "o que posso fazer mesmo por uma outra pessoa, mesmo um cachorro, meu gato, minha borboleta", a primeira pessoa que fica feliz quando você faz isso é você mesmo, você fica mais feliz. Porque toda sua percepção se alarga, e você de repente enxerga todo o mundo e todas as pessoas nele. E você se dá conta de que isso - estar com estas pessoas - é o jardim de flores que Chiho nos mostrou. É o Nirvana."

Resumo de Tudo

Vida de Propósito

- A diferença entre
o vida em nível de sobrevivência, vida em nível de sucesso e vida com significado é a resposta à pergunta: Você sabe qual é o seu propósito aqui na Terra?
- Se você é um líder em sua área -- nos negócios, na política, nos esportes, na arte, na educação, em qualquer área -- você não é dono disto, você é um mordomo disto
- A sua visão do mundo determina tudo mais em sua vida, porque ela determina as suas decisões, determina seus relacionamentos, determina seu nível de confiança, ela determina, realmente, tudo em sua vida. Aquilo que nós acreditamos, obviamente nosso comportamento, e o nosso comportamento determina aquilo que nos tornamos na vida.
- O propósito na vida não vem do status, porque você sempre vai encontrar alguém que tem mais que você. Não vem do sexo, do salário. Vem de servir. É doando nossas vidas que encontramos sentido, que encontramos significado.
- "Que é isso na tua mão?" Era o cajado de Moisés. Ela representava sua identidade, renda e influência
- "Que é isso na tua mão?" O que você tem que lhe foi dado?
- Deus tem prazer em vê-lo sendo você mesmo.
- "Não é sobre mim. É sobre fazer do mundo um lugar melhor."

Comentários de Dan Dennett

- A Evolução é mais inteligente do que você. O design está lá na natureza, mas não está na cabeça de ninguém.
- A chave para nossa dominação do planeta é cultura, e a chave para a cultura é a religião.
- "Pessoas que se renderam obedecem à palavra de Deus, mesmo que ela não faça sentido" e "Nunca discuta com o Diabo" pode ser um problema: "Você não gosta da minha interpretação? Você tem uma objeção sensata a ela? Não escute, não escute! É o Diabo falando!" Isto desencoraja o tipo de cidadania sensata que para mim nós queremos ter.
- Jesus é o único que pode salvar o mundo "Nâo ouça o outro lado, é apenas Satanás falando!" Isto pode ser perigoso, com várias grandes religiões no mundo dizendo isso. Quem vai ouvir?

Vivendo um Ano Biblicamente

- Não podia acreditar em quanto o meu comportamente alterava meus pensamentos. Quando eu quase fingi ser uma pessoa melhor, eu me tornei um pouco uma pessoa melhor.
- Lições aprendidas:
- Não interpretarás a Bíblia literalmente.
- Deverás agradecer.
- Deverás reverenciar - quer exista um Deus ou não, existe algo importante e bonito sobre a idéia do sagrado.
- Não deverás estereotipar - cristianismo evangélico é um movimento tão amplo e variado que é difícil fazer generalizações sobre ele.
- Não deverás ignorar o irracional.
- Deverás selecionar e escolher - qualquer pessoa que segue a Bíblia irá selecionar e escolher. A chave é selecionar e escolher as partes certas.

Tecnologia, Fé e Sofrimento

- Davi descobriu que havia muitos problemas que a tecnologia não podia resolver.
- O primeiro que Davi viu era o mal do ser humano. A Bíblia diz que o problema está em nós, dentro de nossos corações e almas. Nosso problema é que estamos separados do nosso Criador, que chamamos de Deus e precisamos ter nossas almas restauradas, algo que apenas Deus pode fazer.
- Nós somos mais do que um corpo e uma mente. Nós somos uma alma. A sua alma é aquela parte sua que anseia por significado na vida, e que busca por algo além desta vida.
- O problema do sofrimento humano.
- O último problema que Davi sabia que ele não podia resolver era a morte.Todos nós iremos morrer. E nós temos isso em comum com os grandes homens do passado.há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer.
- "Qual é a maior surpresa da sua vida?" E eu disse, a maior surpresa da minha vida é a brevidade da vida.
- Werner von Braun: "Ciência e religião não são antagônicas. Pelo contrário, elas são irmãs. A grandiosidade do cosmos serve apenas para confirmar uma crença na certeza de um criador."
- Aposta de Pascal - "Se você aposta em Deus, e se abre para o Seu amor, não terá perdido nada mesmo se estiver errado. Mas se você apostar que Deus não existe, então você pode perder tudo, nesta vida e na vida porvir."

Podemos ser Budas

- Com todos nós sabendo tudo, somos meio que forçados pela tecnologia a nos tornar Budas
- Nossa percepção egocêntrica - do ponto de vista de um Buda, uma má interpretação - é que todos somos o que está dentro de nossa pele. E é dentro e fora, si e o outro, e o outro é sempre diferente.
- Quando você não mais se tranca em si, e como a sabedoria, ou a inteligência ou o conhecimento científico da natureza do mundo, isto o habilita a deixar sua mente se espalhar, e empatizar, e aumentar a habilidade humana básica de empatizar, e se dar conta de que você é o outro ser.
- Compaixão significa sentir os sentimentos dos outros, e o ser humano é realmente compaixão. O ser humano é compaixão, porque para que é o nosso cérebro?
- Generosidade é mais divertida. Essa é a chave.
- Quando você decide fazer outras pessoas felizes e pensar em como fazer algo pelos outros, a primeira pessoa a ficar feliz é você mesmo, você fica mais feliz. Porque toda sua percepção se alarga, e você de repente enxerga todo o mundo e todas as pessoas nele. É o Nirvana.

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